25 julho 2004

 
Um furacão de incultura

Ontem, passando aleatoriamente pelos canais da tv aberta, eis que me deparo com o fantasmagórico programa da Furacão 2000. Não me contive e deixei quieto. Pra começar, uma apresentadora chinfrim, que diz no ar “Vocês sabem né, eu faço faculdade... quem quiser, pode ir lá na Cândido Mendes, em Jacarepaguá...” e um Rômulo Costa que sei lá surge do nada; uma edição grotesca, na verdade eu gravo um programa melhor que aquele... o melhor era a aproximação da câmera pra quem tava falando; dava pra ver praticamente até os cravos mais profundos dos apresentadores... coisa de cinema!
Não, e os lugares onde a mística Furacão 2000 se apresenta? Só lugar bombado! Aí, pra completar, o programa começa com o RC entrevistando as tchutchucas num baile funk da vida, a câmera quase mostrando o útero das purpurinadas e os piercings cada vez mais pendurados nos umbigos... cada um maior que o outro. Visão do inferno, tive que mudar de canal.
Hoje, feliz da vida pego o jornal de ontem pra ler e eis que me deparo com ninguém menos que a vitaminada Tati Quebra Barraco na capa, com uma super produção (a mulher tava de longo preto, salto alto, maquiada, e com uma taça de champanhe na mão) de dar inveja. Dizia a reportagem, que Tati tá na moda e agita os bailes da zona sul à zona norte.... Com certeza, é de se esperar que uma letra tipo Catuca, catuca, catuca lá no fundo... seja ovacionada por milhares de ouvidos aguçados para boa música!!! Faça-me o favor...
Vejam, vocês sabem o porquê de “Quebra Barraco”??? Pois Fernanda Young sabe e falou no Saia Justa da semana passada: quando ela tá transando, sai de perto porquê a mulher destrói...rs.
Pois é, que gracioso....
Hoje, tá lá na primeira capa do jornal o tal Bonde das Faz Gostoso, que segue uma linha menos esculachada que a Tati, porém mais apiranhada, diria eu com minha licença poética. E olha que Caê é o padrinho delas... Esse mundo tá perdido!!
Tudo bem que a juventude de hoje está alienada e sem cultura, mas daí os meios de comunicação massacrarem informações desse tipo, fazendo com que essas sub culturas criem raízes, aí já é demais; músicas que incentivam a violência, que rebaixam a mulher, deveriam ser desprezadas; mas não é bem isso que vemos por aí. Dizer que essa é uma cultura das favelas, das classes menos favorecidas, isso é até um desrespeito! Quer dizer que ser pobre é sinônimo de ser incivilizado? O pior de tudo é que isso dá ibope e a juventude fica cada vez mais subversiva e violenta. Será que dá tempo de mudar, para que a próxima geração de jovens seja menos inculta? É o que espero.

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